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Decorreu no dia 13 de novembro, pelas 17h30 no auditório das Geociências um debate sobre a praxe. Sob a moderação de Irene Oliveira, elemento do Grupo Missão Cultura da UTAD, o debate contou com as intervenções de Maria da Conceição Azevedo, Provedora do Estudante da UTAD; de José Eduardo Reis, Departamento de Letras, Artes e Comunicação e membro do grupo Missão Cultura, de Ana Catarina Mota, do Departamento de Educação e Psicologia, do Presidente da AAUTAD, Pedro Romeu e ainda de um representante do Conselho de Veteranos, Miguel Oliveira, e de Nuno Ponte, estudante da UTAD.

Tal como o título da iniciativa anunciava, o debate evidenciou uma visão plural, se não mesmo contraditória sobre a praxe, refletida, aliás, na exibição prévia e sequenciada do documentário Praxis, de Bruno Moraes Cabral, e de uma reportagem sobre a “praxe integrada” realizada pelos serviços de audiovisuais da UTAD.
O espetro de posições apresentadas e debatidas variou entre: (i) a argumentação integralmente favorável ao modelo em vigor da praxe, sustentada pelo presidente da Associação Académica e pelo representante do Conselho de Anciãos; (ii) as considerações, representadas pelas professoras Maria Conceição Azevedo e Ana Catarina Mota, de apelo à eliminação de práticas atentórias da dignidade humana que podem ocorrer no âmbito da sua realização; (iii) a observação desfavorável, feita pelo aluno Nuno Ponte, à sua longa duração bem como aos prejuízos daí decorrentes para a rendimento académico dos alunos;  (iv)  a visão crítica, sustentada pelo prof. José Eduardo Reis, sobre os “traços autoritários e degradantes” da sua realização.
O debate alargou-se ao público presente, que teve a oportunidade de interpelar os intervenientes e de manifestar a sua opinião sobre os seus diferentes pontos de vista. Como nota negativa, há que referir o reduzido número de estudantes presentes, sobretudo dos que ingressaram este ano no primeiro ano dos cursos da UTAD, e cujo testemunho e experiência da praxe teriam certamente contribuído para enriquecer o debate.
No final, Artur Cristóvão, vice-reitor e coordenador do Grupo de Missão da Cultura, sublinhou a importância deste tipo de debates como exercício de compreensão e reflexão crítica do fenómeno da praxe. Referiu que subjazem às práticas de praxe lógicas muito distintas, sendo vital afirmar, por um lado, o princípio da liberdade e o carácter de participação voluntária e, por outro, o princípio da decência, condenando as práticas autoritárias, abusivas e vexatórias. Finalmente, disse ser vital que os novos estudantes tenham a perceção clara de que nada os obriga a aderir e participar e de que devem denunciar tudo o que possa ofender a sua dignidade e os seus direitos.
O debate permitiu contribuir desta forma para a reflexão sobre a questão da praxe académica, conforme as recomendações sobre as práticas de praxes académicas enviadas às instituições de ensino superior pelo Ministério da Educação e Ciência, evidenciando o trabalho que a reitoria e o Grupo Missão Cultura da UTAD têm posto em prática na organização de diversos eventos extracurriculares na UTAD por uma academia mais dinâmica e participativa em prol da reflexão de diversas temáticas culturais.