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“Apenas quatro, entre as mil maiores empresas nacionais, cumprem os requisitos mínimos em matéria de acessibilidade Web”. A conclusão é do estudo “Acessibilidade Web – Ponto de situação nas empresas portuguesas 2014”, da autoria de alunos e professores da UTAD.
Esta análise foi feita a 790 sites das 1000 Maiores PME’s Portuguesas, e teve em conta uma média de 2742 elementos por site (conteúdos de páginas).
Coordenado pelo docente e investigador da UTAD, Ramiro Gonçalves, este define o estudo como «o maior alguma vez feito pela equipa de investigação», equipa que já se dedica ao estudo das acessibilidades Web desde 2007.
Os resultados deste estudo foram divulgados no âmbito do Fórum Acessibilidade Web 2014, que decorreu em Lisboa, e que debateu a temática da acessibilidade Web.
Uma das novidades desta edição é a análise geográfica das zonas com maior ou menor incidência de erros nos sites.
Segundo os resultados do estudo, o interior do país é onde se verifica uma maior percentagem de sítios na web que não cumprem os requisitos. A explicação pode estar relacionada o com facto de ser “uma zona com menos empresas e menos sites pelo que, basta haver um com erros para influenciar muito o resultado final», acrescenta o investigador.
Sobre os resultados “não muito positivos”, Ramiro Gonçalves afirma que “há 10% de pessoas em Portugal com alguma necessidade especial e mais de 70% utilizam a Internet com regularidade, mas há pouca sensibilidade para esta temática e uma manifesta falta de informação”.
José Martins, também investigador da UTAD aponta soluções «simples de corrigir» para os cinco erros com maior incidência nos resultados do estudo deste ano:
1. Utilização de tamanhos relativos, em detrimento de tamanhos absolutos, (definição do tamanho da página em pixéis em vez de percentagens);
2. Imagens sem “alt”, a alternativa textual para os conteúdos multimédia, essencial para poderem ser lidas por ferramentas de navegação assistida;
3. Contexto dos links, onde falta um texto intuitivo para o descrever;
4. Destino dos links, muitos navegam para uma nova página sem avisar o utilizador, perdendo-se o contexto de navegação;
5. Vários links com o mesmo nome que encaminham para sítios diferentes.
Ramiro Gonçalves acredita que a atribuição de um prémio poderia ajudar a combater alguma da ausência de conformidade para com a acessibilidade web.