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A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) organiza regularmente um exercício de avaliação das unidades de investigação. A penúltima avaliação decorreu em 2007 e foi considerado um processo justo, tendo envolvido um painel específico para cada área científica e a visita a todas as unidades concorrentes.
O concurso de 2013 foi muito diferente. Envolveu uma 1ª análise feita por peritos desconhecidos do qual resultaram muitas classificações díspares, que foram depois harmonizadas por um painel multidisciplinar. Apenas os centros classificados com mais de 15/20 pontos foram visitados por este painel tendo-lhes sido atribuído o grosso do financiamento. Em todo o processo a FCT mostrou muita transparência divulgando os resultados de cada fase do concurso. Todavia, isso também evidenciou a enorme falta de qualidade desta avaliação. Por exemplo, logo na 1ª fase verificou-se que muitos centros receberam notas muito distintas, exemplo: 20, 15, 10. Como é possível que na avaliação de uma candidatura com mais de 100pg haja opiniões tão distintas?
Os resultados finais vieram mostrar que as notas atribuídas não tinham nenhuma correlação com a produtividade de cada centro e os financiamentos atribuídos, também muito distintos, foram calculados aplicando uma percentagem ao financiamento solicitado, sem limite! Pelo meio do processo soube-se que o contrato com a agência que fez a avaliação “previa” que metade dos centros não passasse à 2ª fase do concurso e ficassem sem financiamento significativo, o que veio de facto a acontecer.
Desde que foram conhecidos os 1ºs resultados o CQVR participou ativamente e publicamente, na sua contestação. Dado que a FCT não deu resposta, em devido tempo, à nossa reclamação de 2014, entrepusemos uma ação administrativa especial no tribunal de Mirandela contra a FCT por erros grosseiros na avaliação.
Entre outras questões o CQVR alertou a FCT para o facto da nota atribuída no item produtividade ser inferior ao de outros centros concorrentes na mesma área, que tinham uma produtividade, medida sob qualquer parâmetro, inferior. Ou seja num jogo que tinha terminado em 4-3, o painel de avaliação insistia que a equipa mais concretizadora era a que tinha marcado 3 golos!
Pressionada pela comunidade científica a FCT acedeu a criar um 2º painel internacional para avaliar 73 reclamações (em 322 unidades). Em 2016, este painel veio dar razão aos argumentos do CQVR e decidiu que o CQVR tinha direito a passar à 2ª fase do concurso onde estão em jogo as classificações Muito Bom, Excelente e Excecional e os financiamentos programáticos.
Espera-se para breve a conclusão de todo este processo.
Fonte: Centro de Química – Vila Real