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Utilização de subprodutos da couve-brócolo para combater a obesidade

O projeto VALORIZEBYPRODUCTS está a aliar a exploração de subprodutos dos brócolos aos benefícios da saúde humana. O objetivo é valorizar os subprodutos de Brássicas (couve-galega, couve-bróculo, couve-flor) e explorá-los na forma de suplemento alimentar para a prevenção ou tratamento da obesidade e, ainda, reduzir a quantidade e custos de produção de resíduos derivados destas culturas.

Os brócolos são reconhecidos como uma “fonte de nutrientes saudáveis”, pelo que este projeto pretende valorizar os subprodutos na forma de suplementos dietéticos.

“Neste estudo serão feitos ensaios preliminares em culturas de células para testar e perceber quais os componentes dos subprodutos dos brócolos que melhor podem ajudar no combate à obesidade. O componente que considerarmos mais promissor será inserido numa ração que será testada num modelo animal de obesidade”, explica Eduardo Rosa, Investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Coordenador do projeto.

Acrescenta ainda que os subprodutos resultantes da colheita de plantas do género Brassica podem ser uma boa fonte de compostos bioativos, pelo que acredita que estes podem ser explorados e utilizados como um “extrato com potencial atividade biológica para prevenir ou retardar o início dos diversos processos patológicos associados à obesidade e respetivas comorbidades”.

O investigador refere também que estudos pré-clínicos mostram que estes compostos têm efeitos benéficos no tratamento de outras doenças, incluindo a diabetes e o cancro, pelo que querem agora testar os mesmos para o combate à obesidade.

Esta investigação tem ainda um segundo objetivo que passa pelo estímulo da economia circular, já que os subprodutos resultantes da indústria agroalimentar são tratados como resíduos industriais, os quais têm “impacto económico e ambiental negativos”. Por esse motivo, nos últimos anos, a investigação tem-se focado na “transformação de subprodutos gerados no processamento de frutas e vegetais em vários produtos de valor acrescentado”, sublinha o responsável.

Em 2018, mais de 4,6 milhões de toneladas de Brássicas foram produzidas na União Europeia e mais de 137 mil em Portugal, o que representa grandes quantidades de subprodutos com “impacto económico e ambiental negativos”.

O VALORIZEBYPRODUCTS, liderado pela UTAD, é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI)] no valor de 235.948,90€, e tem a duração de três anos.

 

Créditos da Foto: Louis Hansel @shotsoflouis on Unsplash