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As previsões estendem-se ao ano de 2100

Foi recentemente aprovado o projeto CoaClimateRisk – O impacto das alterações climáticas e medidas de adaptação para as principais culturas agrícolas na região do Vale do Côa, que visa avaliar os impactos das alterações climáticas, sobre as principais culturas agrícolas no Vale do Côa.

Para este propósito um conjunto de modelos climáticos regionais de última geração, forçados por cenários de emissão de gases de efeito estufa recém-desenvolvidos, serão usados para “desenvolver projeções climáticas de alta qualidade”.

Coordenado por Hélder Fraga, investigador do CITAB da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), tem como parceiros a ADVID, a SOGRAPE, a fundação CÔA PARQUE, a Universidade do Minho e dois consultores internacionais a Unifi, Itália e a LIST, Luxemburgo.

“Este projeto vai desenvolver/aplicar novas metodologias de modelação de culturas, novas simulações de modelos climáticos de última geração, cenários de emissão e modelos de culturas. Será também feito o estudo das medidas de adaptação, que serão simuladas em climas futuros, como a rega, coberto vegetal, e seleção de variedades”, explica o investigador responsável.

Estes fornecerão uma medida da resposta às mudanças climáticas pela aplicação de medidas de adaptação como, por exemplo, quanta água de rega será necessária para cada cultura no futuro “e, usando modelos hidrológicos, responderemos se essa água estará disponível na bacia hidrográfica”, acrescentaHélder Fraga.

Os dados recolhidos irão contribuir para calcular uma zonagem bioclimática de alta resolução das culturas selecionadas em climas atuais e futuros, com previsão até 2100.

Essa zonagem revelará não apenas a adequação atual, mas também futura, de uma determinada região a uma cultura específica. Posteriormente, serão utilizados modelos dinâmicos de culturas para avaliar os impactos das alterações climáticas na produtividade potencial das culturas, à escala local.

Está também prevista a análise de impacto económico, a fim de estabelecer uma ligação entre as atividades económicas que contribuem para o PIB regional, definindo indicadores diretos e indiretos de influência climática (por exemplo, volumes de vendas e níveis de custo), “sendo esse elo a base para construir macro-cenários regionais socioeconómicos que representem a exposição às mudanças climáticas das diversas atividades socioeconómicas”, refere ainda o investigador.

Em Portugal, o sector agrícola tem uma elevada importância económica, social e cultural. No caso especifico do Vale do Côa, as vinhas e os olivais representam cerca de 10% da área total. Outras culturas importantes incluem a castanha e a amêndoa, entre outras, fato que destaca a agricultura como base económica desta região, que é Património da Humanidade pela UNESCO desde 1998.

A informação fornecida por este projeto é por isso “da maior relevância” para as partes interessadas do sector agrícola do Vale do Côa, uma vez que “permitirá desenvolver e promover medidas adequadas para mitigar os riscos das alterações climáticas” salienta Hélder fraga.

Embora as alterações climáticas possam representar uma ameaça importante, são também – na opinião do investigador – “uma oportunidade” para desenvolver medidas de adaptação sustentáveis. “A implementação pode mitigar significativamente os impactos da mudança climática sobre essas culturas e sobre a economia regional/nacional, em geral”, conclui.

Este projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia no valor de 221.885€.

Toda a informação sobre o projeto em :http://coaclimaterisk.utad.pt