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A saúde humana e a saúde animal: uma só saúde

A UTAD reuniu, nos dias 1 e 2 de junho, cientistas de todo o mundo numa Conferência Internacional intitulada “One Health: new insights and challenges of zoonotic diseases”, para debate de temáticas da maior pertinência e atualidade relacionadas com a saúde animal, zoonoses e saúde humana. Juntaram-se ao evento na Aula Magna especialistas de universidades e centros de investigação de diversos países, como Portugal, Noruega, Dinamarca, Itália, Inglaterra, Kénia, EUA, Suíça, Espanha, Bélgica, entre outros, bem como autoridades portuguesas e profissionais com responsabilidade na saúde humana e na saúde animal, destacando-se as presenças do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, assim como, via zoom colibri, da Ministra da Agricultura e do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

O reconhecimento de que a saúde humana e a saúde animal fazem parte de uma comunidade global e são indissociáveis foi a tónica central dos debates, tendo merecido realce os efeitos das mudanças climáticas com as infeções emergentes e ameaças à biodiversidade, o impacto das doenças zoonóticas epidémicas/pandémicas, as doenças emergentes da vida selvagem com as suas ameaças à saúde animal, humana e ambiental, assim como a necessidade de sistemas integrados de vigilância de doenças zoonóticas em medicina humana e medicina veterinária. 

O reitor da UTAD, Emídio Gomes, na sessão de abertura, lembrou que as problemáticas para a saúde evidenciadas na Conferência, não sendo novas, têm tomado uma importância enorme nos últimos anos, “com mais e mais patógenos humanos de origem animal”, pelo que a importância dessas doenças “estende-se não só saúde humana e animal, mas também aos impactos sociais, ambientais e económicos”.

Para o reitor, estudar estes temas é também uma grande oportunidade para a Universidade. “Temos uma longa tradição na área da ciência animal e uma enorme vontade de dar passos seguros na sua interligação com a saúde humana, podendo mesmo ser, no futuro, uma Universidade de referência nesta matéria”, afirmou Emídio Gomes.

No mesmo sentido, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, reconheceu o papel singular na UTAD na abordagem destas temáticas, sendo “particularmente relevantes as competências desenvolvidas aqui, quer em genética animal, quer em veterinária, quer em ciências do ambiente”. O que está em causa – sustentou o Ministro – “não é apenas as doenças genéticas em si, é o conceito de saúde pública, que cada vez mais exige competências em diferentes áreas multidisciplinares.”