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A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) atingiu, em maio último, a formação de 200 examinadores de caça maior. Trata-se do único curso, a nível nacional, validado pela Direção Geral Agricultura Veterinária (DGAV) e, com esta formação, os caçadores ficam habilitados a examinar os animais no local de caçada e contribuir para a mitigação de doenças transmissíveis ao homem e aos animais.

“Estes 200 examinadores de caça em Portugal passam a participar no processo de colocação de carne de caça no mercado, em articulação obrigatória com o Médico Veterinário Oficial que, no matadouro, recebe as peças de caça examinadas e emite a decisão sanitária”, explica madalena Vieira-Pinto, docente da UTAD e Coordenadora Científica desta formação. Dependendo da decisão, as peças de caça poderão ser colocadas em mercado ou para venda ou para consumo próprio, ou não.

Esta formação permite aos caçadores “maior sensibilização” relativamente a fatores de risco e medidas de controlo, na transmissão de várias doenças e contribuir para a “aplicação na prática com um efeito benéfico para a sua mitigação, tornando-se assim elementos fundamentais na proteção da saúde Humana e animal”, acrescenta a mesma responsável.

Nos últimos anos, o setor da caça tem sido confrontado com desafios no âmbito da sanidade cinegética através de doenças como a Peste Suína Africana, nos Javalis, a Triquinelose, a Tuberculose, entre outras. Para enfrentar estes desafios, o setor – segundo Madalena Vieira-Pinto – “deverá consolidar conhecimentos na área, por exemplo através destes cursos de formação especializada, assim como deverá e ou poderá procurar a ciência para se aliar como parceira na mitigação coerente e sustentada dos problemas identificados”. A investigadora salienta ainda a importância de “um caçador formado e informado, mais atento e consciente” ser um “elemento fundamental para a sanidade cinegética e uma mais-valia para o setor”.

Em 2008 foi criado na UTAD o primeiro curso de exame inicial de caça, validado pela DGAV –  na sequência da publicação do Regulamento (CE) N.º 853/2004, que prevê a “formação dos caçadores em sanidade e higiene”  – que permite realizar um exame inicial dos animais no local da caçada – sendo, até ao presente, a única entidade a nível nacional a oferecer estes cursos.

Em 2018, a Universidade estabeleceu um protocolo com o Clube Português de Monteiros (CPM) para a parceria no alargamento da organização e implementação destes cursos no terreno. Desde então, UTAD, DGAV e CPM têm colaborado ativamente para a concretização destes cursos, numa interação profícua entre academia, autoridade competente e setor da caça.

A comemoração das duas centenas de formandos, realizou-se na Tapada de Mafra,  com a participação da Diretora-Geral da DGAV, Susana Pombo, com o Presidente da Tapada de Mafra, Pedro Pais e com o Presidente e Vice-Presidente do CPM, Artur Torres Pereira e Nelson Neves.

 

Créditos Foto: DR

Legenda Foto: Participantes e autoridades presentes na cerimónia realizada na Tapada de Mafra