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UTAD: parceira estratégica nas Agendas Mobilizadoras

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) integra os consórcios de duas Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial e de uma Agenda Verde, que avançam agora para financiamento no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O investimento total para estes projetos é de 385 milhões de euros, o que se traduz num encaixe previsível de 9,5 milhões de euros para a academia transmontana.

“Esta aprovação representa um reconhecimento ímpar da qualidade da investigação que se realiza na UTAD por parte de grandes parceiros estratégicos, num quadro de investimentos distintivo dos apoios comunitários que é o PRR”, refere o vice-reitor para a Investigação, Eduardo Rosa.

“Transform” é o projeto dedicado à transição digital do setor florestal para uma economia resiliente e uma neutralidade de carbono que ficou no pódio das Agendas Verdes. Até 2027, o projeto prevê uma poupança de custos de até 25 milhões de euros e uma redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa de até 174.344 toneladas de dióxido de carbono (CO²).

Passaram, também, à fase negocial das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, os projetos “Vine and Wine Portugal – Driving Sustainable Growth Through Smart Innovation” e “VIIAFOOD – Plataforma de Valorização, Industrialização e Inovação comercial para o AgroAlimentar”.

A Agenda “Vine and Wine Portugal” vai trabalhar para aumentar a competitividade, a resiliência do setor, a exportação dos vinhos nacionais e a criação de novos produtos. Para tal, vão ser investidos mais de 91 milhões de euros em projetos de investimento produtivo, de investigação, desenvolvimento e inovação (I&D&I), de qualificação e internacionalização das entidades do setor, de capacitação dos recursos humanos e de divulgação dos produtos/serviços desenvolvidos, contribuindo e reforçando a transição digital, energética e ecológica e a geração de atividades de maior valor acrescentado.

Levar a cabo a transformação estrutural do setor agroalimentar, respeitando o Pacto Sectorial para a Competitividade e Internacionalização do Setor Agroalimentar, é a prioridade da Agenda “VIIAFOOD”. Assim, este projeto fará nascer uma plataforma nacional para desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços.

As Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial (onde se incluem as Agendas Verdes) pretendem estreitar e consolidar sinergias entre o tecido empresarial e o sistema científico e tecnológico em Portugal, com o objetivo de aumentar a competitividade e resiliência da economia portuguesa, com base em atividades de I&D&I e na diversificação e especialização da estrutura produtiva. A dotação orçamental é de 558 milhões de euros para as Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial e de 372 milhões de euros para as Agendas Verdes.

Os resultados das candidaturas foram divulgados na última semana, tendo sido aprovados 51 dos 64 projetos submetidos, que vão agora receber verbas do PRR.

 

Transform – Transformação digital do setor florestal para uma economia resiliente e hipocarbónica

Liderado pela Altri Florestal S.A., o projeto reúne 59 parceiros nacionais (entre produtores florestais, empresas, entidades de gestão territorial e centros de conhecimento), numa iniciativa pioneira para induzir a transformação das cadeias de valor através da investigação, desenvolvimento e inovação (I&D&I). O projeto vai apostar numa indústria sólida e economia circular, com impactos ao nível da gestão florestal e da oferta de madeira, operações florestais, industriais e logísticas mais ecológicas, reforçando a capacidade das florestas para o sequestro de carbono e novos mercados para os produtos florestais, ao mesmo tempo que satisfaz a procura da sociedade por uma economia não fóssil e com baixo teor de carbono.

Até 2027, estão previstos investimentos produtivos superiores a 93 milhões de euros e investimentos em inovação de cerca de 44 milhões de euros para pinheiro, eucalipto e sobreiro, considerados os principais subsectores florestais em Portugal.

Paralelamente, o “Transform” vai contribuir para o aumento da competitividade empresarial do setor, através do desenvolvimento de bioprodutos inovadores (biofertilizantes, bioquímicos, novos painéis de partículas e materiais de madeira para a construção sustentável, eco-design de mobiliário).

Vine and Wine Portugal – Driving Sustainable Growth Through Smart Innovation

Coordenada pelo grupo da Gran Cruz Porto, o projeto tem por objetivo aumentar a competitividade e a resiliência do setor, num investimento superior a 91 milhões de euros. Sustentabilidade, automação, inovação e eficiência produtiva, novos processos e produtos são as áreas de intervenção do projeto.

Esta Agenda pretende aumentar o índice tecnológico das empresas através da aplicação do conhecimento digital, da transição energética e de novos processos de produção mais sustentáveis; aumentar a competitividade das empresas do setor através da redução dos custos de produção e do aumento da eficiência dos processos produtivos; incrementar a imagem e reconhecimento internacional dos vinhos portugueses, com impactos ao nível das exportações; aprofundar o conhecimento sobre a composição aromática dos vinhos, recorrendo a sensorização e robotização para desenvolver novos produtos de maior valor acrescentado (soft drinks a partir da exploração dos aromas dos vinhos, novas tipologias de vinho e vinhos em embalagens com menor pegada de carbono); contribuir para a neutralidade carbónica do setor e promover a adoção pelas empresas do setor de práticas de sustentabilidade ambiental alinhadas com o conceito de resíduo zero.

O consórcio deste projeto é constituído por 52 entidades, englobando empresas produtoras vitivinícolas, tecnológicas, de bens de equipamento, Entidades não Empresariais do Sistema de I&I (ENESII) e associações.

VIIAFOOD – Plataforma de Valorização, Industrialização e Inovação Comercial para ao Agroalimentar

Liderada pela Mc Shared Services (do grupo Sonae), esta agenda quer promover a transformação estrutural do setor agroalimentar em linha com os desígnios estabelecidos no Pacto Sectorial para a Competitividade e Internacionalização do Setor Agroalimentar. Para concretizar esse objetivo, será criada uma plataforma, à escala nacional, para o desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços.

Com um investimento de 142 milhões de euros, este projeto junta 34 empresas, 10 universidades e centros de I&D, 3 associações e 3 Laboratórios Colaborativos.

 

Texto: Patrícia Posse