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O primeiro impressor português, que viveu no séc. XV e que tem sido alvo dos estudos do docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), José Barbosa Machado, é o tema de uma peça teatral intitulada “O Impressor”, com estreia marcada para o próximo dia 4 de outubro, pelas 21h30, no auditório do Centro Cultural de Chaves.

A peça, da autoria do próprio investigador José Machado, especialista em Ciências da Linguagem, apresenta a história ficcionada de Rodrigo Álvares, o primeiro impressor português, natural de Vila Real, que terá aprendido a arte de impressão com mestres castelhanos que se deslocaram a Chaves em 1488 para imprimir a obra “O Sacramental”, considerado o primeiro livro impresso em língua portuguesa.

Segundo o investigador, “o seu nome, Roderico, aparece no cólofon da obra ‘O Sacramental’ como ajudante”, contudo “é ele que, no ano seguinte, imprimirá o ‘Tratado de Confissom’ a expensas de um rico comerciante de Chaves que decide entrar no negócio dos livros”.

Os estudos de José Machado permitiram ainda concluir que Rodrigo Álvares ter-se-á instalado no Porto, em 1497, com oficina própria, imprimindo breviários e outras obras por ordem do bispo D. Diogo de Sousa. Dele diz João de Barros no livro das “Antiguidades e Cousas Notáveis de Antre Douro e Minho” (1549): “De Vila Real que é junto desta comarca foi natural um Rodrigo Álvares que depois viveu no Porto, e foi o primeiro que a este Reino trouxe a impressão em tempo que valia um breviário seis e sete mil réis e este os imprimiu logo a dois cruzados.”

A peça teatral, com encenação de Carla Cunha, conta com os atores do Grupo de Teatro Amador da Universidade Sénior de Chaves, com a parceria do Rotary Clube da cidade.