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A mais recente patente internacional (WO 2023/007298), publicada pelo Consórcio  composto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), REQUIMTE e ISEP e a patente “Label-free nucleic acid and proteins detection technology based on raw Cdots” da UTAD foram transferidas para a empresa Biosensor Ntech Nanotechnology Services Lda., que se dedica à investigação e desenvolvimento em biotecnologia. 

Trata-se de um biossensor para deteção rápida de ácidos nucleicos, que foi aplicado ao coronavírus e à identificação do DNA das castas dos vinhos. Este método permite obter resultados em  cinco minutos e não exige pessoal especializado para a realização do teste. 

O biossensor vai ser agora implementado pela empresa, por isso, as aplicações que terá no futuro dependem da estratégia da mesma. A docente Paula Martins Lopes, que lidera o grupo DNA & RNA Sensing Lab explica que existem diferentes áreas onde o dispositivo pode ser aplicado, “desde a saúde, ao setor agrário ou ao controlo alimentar”. 

A transferência desta patente é um marco na academia transmontana, tendo em conta que, de um modo geral, em Portugal, as patentes desenvolvidas pelas universidades tendem a ficar neste meio, “não havendo qualquer retorno para as instituições, que acarretam com os gastos da sua manutenção”, sublinha a docente. Desta forma, acabam por se tornar “patentes mortas”, servindo apenas de indicador, não gerando proveitos.  

No caso deste biossensor “ao ser transposto para o meio empresarial acaba não só por valorizar o conhecimento desenvolvido nas instituições, como ainda gera dividendos”, reforça a investigadora.  

O processo de certificação da tecnologia a nível europeu demorou cerca de um ano, tendo passado por “um árduo e longo trabalho de equipa”, das investigadoras Paula Martins Lopes e Helena Rodrigues já que “a tecnologia ligada à saúde obedece a uma regulamentação apertada e demorada”.  

Texto: Joana Costa