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José Eduardo Reis, professor associado da Escola de Ciências Humanas e Sociais da UTAD, brindou hoje (25 de maio) a academia transmontana com a sua última aula, no auditório 1.10 do Polo I da ECHS. Com uma longa carreira dedicada aos estudos literários, uma área em que vem demonstrando intenso labor científico, escolheu como tema “O princípio da Utopia. Avatares de Rafael Hytlodeu em três narrativas portuguesas contemporâneas”.

Tal como o título faria pressupor, perante os dois termos que o constituem, a aula dividiu-se em duas partes. Numa primeira parte, abordou o modo ideal de conhecer o mundo. E fê-lo numa perspetiva filosófica, recorrendo a fundamentos antropológicos, sociológicos e culturais, tendo como base o pensamento de autores de referência como Jorge Luís Borges, Berkeley, Schopenhauer, Kant, entre outros.

Na segunda parte da aula, partindo da análise da Utopia do humanista inglês Thomas More (1478-1535), publicada no séc. XVI, fez uma demonstração da apropriação e recriação ficcional da personagem do seu imaginado descobridor, o luso navegante Rafael Hytlodeu, em três romances contemporâneos portugueses: Utopia III (1998), de J. Pina Martins, A Lenda de Martim Regos, de Pedro Canais (2003) e Rafael(2003) de Manuel Alegre.

José Eduardo Reis despede-se assim da docência deixando às gerações seguintes os frutos de uma carreira muito preenchida, sob o ponto de vista académico e científico, destacando-se mais de uma centena de publicações, entre monografias, capítulos de livros, recensões e artigos registados no ResearchGate, com incidência na temática do utopismo literário. É também investigador integrado do Instituto de Literatura Comparada da Faculdade de Letras do Porto e tem participado como tradutor convidado nos seminários de tradução “Poetas em Mateus”, promovidos pela Fundação Casa Mateus, entre muitas intervenções e projetos que desenvolveu.

 

Texto: Alexandre Parafita