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Decorreu na UTAD, nos dias 4 e 5 de maio, o XXV Encontro Internacional de Reflexão e Investigação (EIRI), um evento organizado pelo Departamento de Letras, Artes e Comunicação que o mantém ininterruptamente há 25 anos. Dirigido a estudantes, docentes, investigadores e sociedade civil em geral, o encontro envolveu trabalhos de mais de meia centena de investigadores de universidades nacionais e internacionais, com um total de 44 comunicações repartidas por 14 painéis temáticos.

A sessão de abertura foi presidida pelo Vice-Reitor para a Educação, Jorge Ventura, que deu testemunho do grande apreço da instituição pela qualidade crescente e longevidade deste fórum, que, “incentivando o desenvolvimento da investigação e estimulando a criatividade e o espírito crítico, é um excelente meio para fazer Ciência”. Deu também nota de relevo dado à Poesia, como temática marcante neste encontro. “A Ciência, como tudo na vida, deve ser moldada com Poesia”, assinalou Jorge Ventura, ao lembrar como “essa ligação entre a Ciência e a Poesia constitui uma marca indelével deste evento”.

Por sua vez, o Presidente da Escola de Ciências Humanas e Sociais (ECHS), Carlos Assunção, na sua intervenção, lançou um pouco de luz sobre a história do Departamento de Letras, Artes e Comunicação (DLAC), lembrando a sua ligação com a história destes Encontros de Reflexão que duram há 25 anos. Sublinhou que “muitos alunos fazem aqui o seu baptismo na apresentação pública de trabalhos” e lembrou também a importância da Revista de Letras, como repositório de muitos dos conteúdos apresentados nos Encontros.

Dos trabalhos seguintes, destacou-se a sessão plenária que teve como orador o poeta e ensaísta Nuno Júdice, com o título “O que é a Poesia”, um tema que lhe permitiu mostrar como a poesia faz parte do quotidiano das pessoas, mesmo sem darem por isso. Há quem diga que não gosta de poesia porque não a percebe. Contudo – lembrou o orador – «toda a gente conhece o adjetivo poético, quando vê algo belo, que emociona, e logo diz que ‘isto é poético’». A leitura da poesia – afirmou também – «dá-nos sempre a chave que cada poeta utilizou para abrir a porta desse mistério a que chamamos Poesia. São portas que se podem abrir, por exemplo, para a História, como sucede com os Lusíadas de Camões, ou para a Filosofia com Antero de Quental, entre muitas outras”.

Ao longo dos dois dias os debates foram preenchidos com a abordagem de temáticas multidisciplinares, nas áreas das Ciências da Comunicação, Ciências da Cultura, Artes, Ciências da Linguagem e Estudos Literários cabendo ainda uma sessão plenária com Jacqueline León, da Université Paris Cité and Université Sorbonne Nouvelle, preenchida com as respostas possíveis para a interrogação “É a palavra um conceito universal?”.

Texto: Alexandre Parafita