Foto: Lídia Jorge na UTAD

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Convidada pelo Grupo de Missão – Cultura da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), no âmbito do ciclo de reflexões em torno dos 40 anos de democracia, a escritora Lídia Jorge proferiu, no passado dia 7 de outubro, na Biblioteca Central, uma conferência sobre “Literatura e Mitologia”, que prendeu a atenção de muitos alunos e docentes que ali acorreram para a ouvir.
A escritora vive um dos períodos mais altos da sua carreira, alcançado com a publicação, recente, do romance “Os Memoráveis”, uma obra que demonstra toda a sua capacidade de transformar histórias de vida em literatura, resgatando memórias e projetando heróis que revivificam uma mitologia que se quer em permanente construção enquanto guião de valores e de esperança num futuro melhor.
Nesta conferência deslumbrou todo auditório, especialmente, ao descrever algumas das etapas mais marcantes seu percurso literário, partindo do momento indelével da sua estreia com o romance “O dia dos Prodígios”, tinha então 33 anos de idade. “Vim para a escrita pela mão da revolução”, confessou Lídia Jorge, ao retratar o contexto deste seu romance, com o qual quis criar uma história que mostrasse, através de uma visão poética, as suas reais inquietações em torno da revolução. Ou seja, mostrar o contraste entre a grande capacidade de sonhar e a pequena capacidade de agir, bem visível, nos dias de hoje, na “democracia imperfeita” que temos, perante as reais dificuldades em se consolidar.
NImp